Para que as políticas públicas voltadas ao setor industrial e produtivo sejam efetivas, duas estratégias têm papel fundamental: a avaliação e o monitoramento. A partir delas, é possível identificar, acompanhar e medir os resultados de ações que buscam promover o desenvolvimento do setor produtivo.
Os desafios e oportunidades para implementação dessas ferramentas foi o tema central do painel apresentado, na última quinta-feira (11/06), pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) na semana gLOCAL, evento mundial cuja proposta é compartilhar conhecimentos sobre a importância do monitoramento e da avaliação. Liderada pela Iniciativa de Avaliação Global (GEI), a mobilização reúne organizações internacionais, setores público e privado, e academia.
O debate contou com a mediação da Especialista em Inteligência Competitiva do Observatório, Rayssa Costa, e participação do Doutor em Economia e Professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edward Costa; do Gerente de Negócios de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, Flávio Marinho; e do Gerente de Monitoramento e Avaliação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Jackson de Toni.
Para Rayssa Costa, é essencial que haja uma abordagem integrada para a avaliação de intervenções no setor industrial, incentivando práticas eficientes e sustentáveis. “A colaboração entre academia e empresas é fundamental para o desenvolvimento industrial e produtivo do país, identificando continuamente oportunidades de melhoria e inovação”, destacou a Especialista do Observatório da Indústria.
Durante o painel, Edward Costa explicou que, na implementação de uma política pública, os principais objetivos do monitoramento são controlar o calendário de trabalho e garantir que os produtos estão alinhados às metas das ações. Já as ferramentas de avaliação procuram fazer uma reflexão crítica sobre a política implementada e sugerir melhorias.
“O monitoramento e a avaliação são mecanismos que ajudam na identificação de possíveis erros e acertos da política e contribuem para a tomada de decisões por parte dos gestores. Existem diversos tipos de avaliação que diferem pela sua finalidade, mas que são igualmente importantes para o aperfeiçoamento da política”, ressaltou o Professor da UFC.
Representando o SENAI Nacional, Flávio Marinho falou sobre as medidas de avaliação adotadas pela instituição no âmbito do programa Brasil Mais Produtivo, realizado em parceria com o Governo Federal no intuito de ampliar a produtividade de pequenos e médios negócios.
Segundo ele, foram estabelecidos indicadores para verificar a qualidade dos atendimentos às empresas participantes e monitorar a execução da política. “Essa análise de resultados sintetizou uma série de elementos que nos ajudaram a compreender o impacto do que já foi feito e de aprendizados que ajudaram a apontar melhorias para as etapas posteriores”, pontuou Flávio.
Na visão do Gerente de Monitoramento e Avaliação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Jackson de Toni, a maior parte dos esforços avaliativos no país ainda se concentra nas políticas públicas sociais, o que reforça a necessidade de também adotar estratégias de análise dos instrumentos de apoio à indústria.
“O desafio de avaliação e de monitoramento é extremamente importante, complexo e difícil. Por isso, estamos formando parcerias com o Sistema Indústria, o Sistema S, os Observatórios da Indústria e a academia para construir desenhos de pesquisa. A ABDI tem a missão de ser um hub de articulação desse ecossistema, porque precisamos ter um conjunto estruturado de dados e desenhos de pesquisa robustos para implementar ciclos de melhoria, afinal de contas a avaliação não é um fim que se encerra em si mesmo. Ela só tem sentido se qualificar o processo decisório tanto do gestor público quanto do privado”, ressaltou Jackson.
Para conferir o painel na íntegra, acesse o canal do Observatório da Indústria no Youtube, clicando aqui.
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