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    Fique por Dentro

    23 de maio de 2024

    Futuro Compartilhado e Ecologicamente Equilibrado: Utopia ou Urgência?


    Você já se imaginou vivendo em um ambiente ecologicamente equilibrado, de uso comum a todos, onde a coletividade e a sadia qualidade de vida fossem priorizadas? Onde a natureza fosse defendida e preservada? E além disso fossem garantidas as mesmas condições às futuras gerações, ou seja, seus filhos e netos poderiam desfrutar das mesmas facilidades – em proporção, quantidade e qualidade – as quais você tem hoje? Utopia ou urgência?

    Essa reflexão soa familiar, não é mesmo? Isso porque o texto está presente em nossa Constituição Federal. Trata-se, portanto, de um direito democrático, garantido desde outubro de 1988 [1]. Algo semelhante é atribuído à expressão “desenvolvimento sustentável”, destacado no Relatório Brundtland, intitulado “Nosso Futuro Comum” – Our Common Future, em inglês. O documento, amplamente divulgado, atribuiu e popularizou esse novo modelo de desenvolvimento como “aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras” [2].

    Analisando a história recente e os principais movimentos em torno da sustentabilidade, tivemos como marco a Primeira Conferência Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em Estocolmo no ano de 1972, assim como o surgimento da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987, na cidade de Oslo [3]. A temática foi ganhando notoriedade entre as principais nações e relevância nas pautas globais, repercutindo e agregando novos adeptos à pasta ambiental, sendo discutida e celebrada em eventos como a Cúpula da Terra, a Rio+5, a Rio+20 e as COPs.

    No entanto, considerando a escala temporal de existência da humanidade moderna (Homo sapiens), pouco mais de 50 anos é metaforicamente “uma gota no oceano”. E nesse caso, infelizmente, não podemos olhar sob a perspectiva de que “cada gota conta”. Ressalto que essa metáfora não deve ser interpretada como uma isenção de responsabilidade socioambiental. Afinal, cada gota conta! Chamo a atenção ao atraso nessa frenética e incansável corrida para a mitigação dos impactos socioambientais e a restauração de ecossistemas.

    Mas calma! Pequenas ações contam ou não? Sim, todas as ações em prol do desenvolvimento sustentável são bem-vindas e, mais do que isso, FUN-DA-MEN-TAIS. Logo, cada gota conta, principalmente quando partimos da interpretação literal de um planeta em que mais de 2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável ou 3,6 bilhões não contam com serviços de saneamento seguros [4]; ou ainda da interpretação livre de que as boas práticas diárias reverberam direta e positivamente nas comunidades.

    Quando analisamos a partir do ponto de vista de que os bons exemplos contagiam e considerando ainda o alcance da Internet [GA1] e dos “movimentos virais” ou trends nas redes sociais, essas ações podem ter alcances antes inimagináveis. Por isso faço questão de ressaltar que somos todos agentes de transformação com poderosas ferramentas a nosso favor, precisando “apenas” decidir em qual time queremos atuar. E aqui cabe o lembrete, “There is no Planet B”.

    Partindo desse entendimento, aquela velha máxima de “pensar global e agir local” – que resultou nos neologismos “glocal” e “glocalização” – é necessária e urgente, principalmente em um contexto frequente de catástrofes ambientais e humanitárias. O que antes parecia cena de filme, estrelado por grandes astros e reproduzido em estúdios de Hollywood com suporte das mais avançadas tecnologias, agora é retratado em tempo real pela sociedade civil e reproduzido incessantemente nas telas dos nossos smartphones.

    E, por mais paradoxo que possa parecer, não se trata do algoritmo trabalhando a favor do sistema e sim de uma consequência do próprio estilo de vida da humanidade, ou seja, o sistema contra o sistema. Ou ainda o “espelho, espelho meu” da sociedade moderna. Para ilustrar essa reflexão, um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Weizmann, sediado em Israel, publicou um estudo evidenciando que a massa antropogênica – considerada na pesquisa como aquela produzida pelo ser humano – é, pela primeira vez, na história, equivalente ou maior do que toda a biomassa viva do planeta [5].

    Ao escrever esse texto, fiz o meu próprio exame de consciência. Isso porque me questionei se não estaria sendo deveras pessimista. Logo eu, que sempre busco ver o “lado cheio do copo”. Indaguei-me também se essa reflexão poderia causar, de alguma forma, desconforto a você, leitor. Talvez! No entanto, é preciso encarar a realidade de que, se este fosse mais um texto “romântico” retratando o “fantástico mundo da sustentabilidade”, eu estaria corroborando com a minha própria “isenção de responsabilidade”. Em outras palavras, estaria deixando de relatar algo que nos anos 1970/80 era visto como um sinal de mudança, nos anos 1990/2000 passou a ser uma tendência e, atualmente, tornou-se uma realidade para todos.

    Mas também entendo que não poderíamos encerrar sem apresentar caminhos e destacar importantes iniciativas. Exemplos disso são a Nova Indústria Brasil, uma política industrial pautada em sustentabilidade e inovação [6]; os Dez Princípios Universais, que contemplam as áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção [7]; e a Agenda 2030, composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposta em 2015 pela ONU. Os ODS nos oferecem um panorama geral para o enfrentamento dos desafios e atendimento das urgências da sociedade, a fim de que se possa desfrutar sobretudo de paz, prosperidade, igualdade de gênero e justiça climática. Trata-se de uma agenda desafiadora, com 169 metas de ação global, que contempla temáticas diversas, como erradicação da pobreza, agricultura sustentável, educação, saneamento, cidades e comunidades sustentáveis [8].

    Para o setor industrial, com destaque à indústria nacional e cearense, o cumprimento da Agenda 2030 e a implementação das práticas ESG (Environmental, Social, Governance) têm deixado de ser um diferencial e passado a ser uma exigência entre diferentes mercados e investidores. As empresas que adotam práticas sustentáveis são consideradas mais resilientes e preparadas para o enfretamento dos desafios do futuro, principalmente em cenários globais de complexidade e incertezas. Na vanguarda da sustentabilidade, o Sistema FIEC assume o compromisso diário com o estado e a sociedade na mitigação das mudanças climáticas, na adoção de boas práticas e na disseminação da cultura organizacional sustentável, bem como na redução da pegada de carbono, entre outras iniciativas. Para isso, o SFIEC conta com um time altamente qualificado de profissionais e as mais avançadas tecnologias, fazendo do Observatório da Indústria, do Núcleo ESG e do Hub ODS Ceará cases de destaque nacional.

    Vitor Hugo de Goes Sampaio – Pesquisador em Prospectiva e Cooperação Estratégica. Mestre em Arquitetura e Urbanismo + Design, com ênfase em planejamento urbano e desenvolvimento sustentável; Especialista em Reabilitação Sustentável, Arquitetônica e Urbanística; Engenheiro Ambiental e Sanitarista.

    Referências:

    [1] BRASIL (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm.

    [2] BRUNDTLAND, G. H. (1987). Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common Future. Disponível em: http://bit.ly/4bqWLKq.

    [3] SAMPAIO, V. H. G.; BAPTISTA, G. M. M. (2021). Espaços Verdes Urbanos e as Percepções Globais dos Serviços Ecossistêmicos à Luz da Tecnologia. Paranoá, [S. l.], v. 14, n. 30. DOI: 10.18830/issn.1679-0944.n30.2021.16. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/paranoa/article/view/34755.

    [4] UN WATER (2023). The United Nations World Water Development Report 2023. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000384655.

    [5] ELHACHAM, E.; BEN-URI, L.; GROZOVSKI, J.; BAR-ON, Y. M. & MILO, R. (2020). Global Human-made Mass Exceeds All Living Biomass. Nature, 588(7838), 442-444. https://doi.org/10.1038/s41586-020-3010-5.

    [6] BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Nova Indústria Brasil: Forte, Transformadora e Sustentável. Disponível em: https://www.gov.br/mdic/pt-br/composicao/se/cndi/missoes.

    [7] PACTO GLOBAL. Os Dez Princípios. Disponível em:https://www.pactoglobal.org.br/sobre-nos/.

    [8] NAÇÕES UNIDAS. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

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